sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

#1LivroPorMês: Estrela da Manhã

Apesar da correria que me faz ficar um tempo sem aparecer no blog, eu tive um intervalo ou outro pra ler mais um livro depois de King Edgar Hotel. Eu consegui ler o livro em um pouco mais de um mês e 2016 já está no fim, ou seja, vamos criar uma meta e deixar a meta aberta e depois a gente dobra a meta #sddsDilma, por isso eu propus a mim mesma postar uma resenha por mês aqui no blog. Quem disse que não pode começar nada em dezembro? Pode sim!
            O primeiro livro dessa série de resenhas é Estrela da Manhã, do incrível André Vianco. O livro foi lançado em 2015 pela Giz Editorial, tem 279 páginas e conta a história de Rafael, um pré-adolescente que sofre bullying no colégio e sofre com a perda do pai.



Rafael mora com o irmão mais velho e a mãe. Sente que depois da morte do pai, sua vida piorou: o irmão não tem paciência nenhuma para Rafael e a mãe passa mais tempo no celular e no trabalho do que conversando com o filho. Além dos problemas em casa, Rafael é agredido diariamente por Maguila, um garoto do colégio. As únicas pessoas com quem Rafael sente que pode contar é Darla, sua cunhada e Renata, sua melhor amiga (que depois se torna a sua namorada – SPOILER!).
Certo dia, depois de muitas humilhações, incluindo da professora e da diretora do colégio, Rafael implora ajuda para sua mãe, que ignora o pedido do filho. Rafael se desespera e sem saber o que fazer, decide pedir ajuda de forças ocultas, já que ele sabia evocar espíritos depois de muitas tentativas de falar com seu pai. É assim que Rafael descobre o aplicativo “Pé na Tumba”, que promete um protetor espiritual mediante pagamento.
Rafael rouba o cartão de crédito do irmão e escolhe o demônio que tem o nome do livro: Estrela da Manhã promete proteger seu amo e dar uma lição nos inimigos do contratante. É isso que o garoto precisa, todos passarão a respeita-lo depois do contrato com o demônio.
Na noite seguinte, Estrela da Manhã aparece para Rafael (que só consegue vê-lo pela câmera do celular) e pede que o garoto dê o nome de 7 pessoas que lhe fazem mal. Rafael dá apenas 6 nomes, na seguinte ordem: Suzana, a diretora do colégio; Tina, sua professora; Maguila; Dona Beatriz, mãe de Maguila e patroa de sua mãe; Beto, seu irmão; e sua mãe. O sétimo nome fica para depois, mas ele terá que dar esse nome, pois Estrela da Manhã o protegerá por 7 dias e cada dia equivale a um nome.

autografado pelo rei <3

Depois do encontro com Estrela da Manhã, Rafael se sente mais poderoso, mais feliz, protegido. Porém, ele não esperava que no primeiro dia de trabalho de seu “demônio particular”, a diretora Suzana morreria “misteriosamente”. Segundo os médicos e a polícia, a diretora teria se suicidado, porém Rafael desconfia que tenha sido seu aplicativo, e Rafael estava certo: os nomes dados ao demônio morrerão, um por um, em cada um dos sete dias. Rafael se dá conta de que se não der um jeito de parar o demônio, ele matará seus únicos familiares em pouco tempo. E aí acompanhamos a luta do garoto para salvar as pessoas mais importantes de sua vida antes que seja tarde demais.
O livro não foge nem um pouco do que estamos acostumados a ver nas obras do André Vianco: a mistura de realidade e tecnologia com seres sobrenaturais – Quem mais inventaria uma história que mistura aplicativos de smartphone com tabuleiro Ouija? – e a narrativa, apesar de envolver o universo adolescente, pode agradar também aos adultos, pois além do aspecto sobrenatural, é interessante perceber as observações sobre como a tecnologia molda a sociedade atual, aproximando quem está longe e distanciando quem está perto.


“A distância é um demônio que não tem cheiro nem volume, mas que também esfria o ar ao redor dos que são possuídos por sua presença e, quando os corações se dão conta, já estão duros ou doloridos demais para lutar. Refazer o caminho é um ato de fé. Reencontrar entes queridos e amigos da infância a um passo é um esforço que não deveria ter esse nome. Às vezes o demônio se vai, às vezes, não. Mas o fato é que, bem ou mal, Rafael os tinha ali, ao final do dia, quando chegavam de seus afazeres do mundo e, dentro de casa, queriam continuar lá fora, com suas mentes plugadas no que tinham dentro das paredes físicas do lar. Comida congelada girando no micro-ondas e as falas monótonas da novela das nove grasnando na TV.” (pp. 220-221)

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